sábado, 21 de fevereiro de 2009

Permissividade em excesso

Cena 1: no supermercado, a criança de aproximadamente 5 anos berra, berra, berra. Não consigo entender o que diz em meio a tantos berros. A mãe, empacotando as compras, balbucia algumas palavras, na tentativa de acalmar o menino. Por fim, apela para a seguinte "máxima": se não parar de chorar, vou chamar o bicho-papão.

Cena 2: uma criança, de uns 4 anos, esfrega-se no piso branco de uma loja de perfumes. Ninguém a sua volta emite uma palavra.

Cena 3: um gatinho resolve atravessar por entre as grades do portão, na esperança de apreciar o movimento da rua. Uma criança, de uns 5 anos, corre em sua direção e mete-lhe um pontapé. Surpresa, grito, sem pensar na invasão de privacidade: ei, não pode bater no gato! A criança, sequer me viu, menos ainda ouviu. A mãe lançou-me um olhar breve, um tanto estupefata, e tentou aproximar-se do filho. Este simplesmente continuou correndo e invadiu a área privada de um edifício de apartamentos, transformando-a em passeio público, para sua diversão.

O que essas cenas têm em comum? As crianças estão na mesma faixa etária, são do sexo masculino (coincidência?), agem como se fossem donas do mundo, as mães não possuem nenhuma autoridade sobre os filhos. Ah, as cenas aconteceram na mesma semana!

Não pretendo escrever um ensaio sobre o fato de os pais, hoje em dia, ausentarem-se cada vez mais da educação dos filhos. Cada um sabe de si. Mas me lembrei de que na idade dessas crianças (e segundo a psicologia, uma idade importante para a formação do ser humano), meu filho já sabia que um gato é um ser vivo e merece respeito, que os espaços públicos e privados (do supermercado, da loja, do edifício) também devem ser respeitados, que as suas vontades deveriam ser discutidas comigo e/ou com o pai, sem necessidade de gritos e esperneios. Tudo isso lhe foi passado sem que tivéssemos de usar a força e a violência.

Preocupa-me o fato de que essas crianças crescerão sem noção de limites, sem responsabilidades, sem respeito ao que quer que seja. Provavelmente serão jovens que não incendiarão um ou dois indígenas ou moradores de ruas, mas atearão fogo a uma comunidade inteira, seja de índios ou de sem-tetos, quiçá suas próprias comunidades.
E quando adultos farão o quê?

Mães e pais, entre choros e lamentos, certamente acusarão a escola e os professores por não educarem bem os seus filhos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Alguma notícia

Após a internação do dia 20 de janeiro, voltei pra casa gripada e com febre. Foram cinco dias de temperatura ora beirando os 38 graus, ora ultrapassando-os, com uma dificuldade imensa para respirar. Meu lugar preferido foi a cama, mesmo porque choveu bastante neste período. Um exame mais acurado detectou uma forte sinusite e os antibióticos fizeram o seu papel. Somente a tosse, na maior parte do tempo seca e irritante, persiste, apesar dos xaropes (incluindo os caseiros) e o mel. Há uma data provável para voltar ao hospital, mas prefiro não dizer, até me sentir totalmente restabelecida (física e emocionalmente). Não quero criar expectativas inúteis, menos ainda fios brancos nos cabelos das minhas amigas (ouviu, Vanda?). Agradeço as visitas ao blog, as palavras de incentivo, o carinho. Vocês são mesmo pessoas muito especiais!