quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cristo rosa


Foto: (João Augusto Pina/VC no G1, 28/10/2008 - 21h28)
Cristo Redentor fica rosa em homenagem ao mês de combate ao câncer de mama

Publicada em 28/10/2008 às 20h43m
Maria Vianna


RIO - O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foi iluminado de rosa nesta terça-feira, para chamar a atenção para o combate ao câncer de mama, doença que atinge uma em cada oito brasileiras e que mata, anualmente, 10 mil mulheres no país. O colorido diferente poderá ser visto também nesta quarta-feira.

A iniciativa faz parte da campanha "Não aceite informações pela metade", idealizado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) em parceria com o movimento Outubro Rosa. Ao longo do mês, outros monumentos brasileiros foram iluminados, entre eles a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Teatro Ópera de Arame, em Curitiba, e o Memorial Juscelino Kubitschek, em Brasília. (Clique aqui e veja as imagens de monumentos que foram iluminados)

O objetivo da campanha é enfatizar a importância do diagnóstico precoce, que pode evitar as mortes causadas pelo câncer em até 95% dos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. No Brasil, os exames que detectam a doença ainda são pouco conhecidos pela maioria das mulheres. Segundo pesquisa do Datafolha, 65% das mulheres desconhecem a mamografia, principal ferramenta para detectar tumores nos seios. (Leia mais: Novos medicamentos podem ajudar mulheres com a forma mais agressiva da doença)

- É sempre importante fazer o auto-exame, mas a mulher apenas conseguirá sentir um nódulo ao apalpar a mama quando este já estiver evoluído e as chances de cura são menores. O melhor exame para detectar o nódulo em fase inicial é a mamografia que, quando diagnosticado no início da doença, tem 95 por cento de chance de cura. Toda mulher a partir dos 40 anos deve realizar uma mamografia anual", explica a médica Maira Caleffi, presidente da Femama.

Saiba mais sobre o Outubro Rosa

O movimento Outubro Rosa foi criado há 11 anos na Califórnia. Ao longo da década, a iniciativa iluminou monumentos históricos como a Torre de Pisa, na Itália, e o Arco do Triunfo, na França, A Ópera de Sidney, na Austrália, e a Casa Branca, nos Estados Unidos. (Leia mais: Nos EUA, incidência do câncer de mama cai em 7% após restrições à reposição hormonal)

No Brasil, além da iluminação de marcos, a campanha conta com o rosamóvel, um espaço itinerante que promove ações de conteúdo educativo e ajuda mulheres com a doença a conhecerem melhor suas opções de tratamento. Este ano, a campanha também alerta pela melhora da eficiência no tratamento brasileiro, já que, no Sistema Único de Saúde (SUS), da descoberta da doença ao início do tratamento a paciente chega a esperar 180 dias.

Leia também:
Tratamento multidisciplinar para o câncer de mama

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/mat/2008/10/28/cristo_redentor_fica_rosa_em_homenagem_ao_mes_de_combate_ao_cancer_de_mama-586154818.asp

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Resultado da ressonância

Desde segunda-feira tenho o resultado da ressonância, mas queria primeiro ouvir os médicos antes de falar com vocês. Quando o li, fiquei triste, chateada. Os linfonodos (gânglios linfáticos) que ficam na pelve estão aumentados, tanto à direita, quanto à esquerda. Ouvi o ginecologista e o oncologista e ambos são favoráveis à cirurgia e recomendam que depois eu me submeta à radioterapia.

Infelizmente (ou felizmente) sou do tipo que pergunta (às vezes chego mesmo às afirmações). Bem, perguntei aos dois qual a possibilidade, em termos percentuais, de os tais gânglios estarem com câncer. Responderam que não sabem!!!! Inclusive é possível até abrirem minha barriga e constatarem que não há célula maligna, segundo o ginecologista!!! E ainda assim é esta a opção que me oferecem? Mais maleável, o oncologista disse-me que há um exame de última geração, o pet scan, capaz de identificar nódulos e tumores malignos e uma outra alternativa seria a biópsia. Diante de tais respostas e da minha resistência à cirurgia, meu caso será discutido em mesa redonda, agendada para o dia 7 de novembro. Até lá preciso estudar bem a questão. E perguntar muito!

Sei que o câncer que me acometeu é bastante agressivo, estava no grau III, porém não posso permitir que me façam outra laparatomia exploratória sem ter um mínimo de certeza! Principalmente quando começo a me sentir "normal" de novo.



Os linfonodos são nódulos linfáticos, estruturas celulares pequenas, perfuradas por canais, pelo interior dos quais a linfa, em seu caminho para o coração, circula e é filtrada. http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/linfonodos.htm

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Brigadeirão!

A pedido da Cris J. envio uma receita que adoooooooooro. Eu e provavelmente toda a população brasileira. É o brigadeirão, doce derivado do brigadeiro, aquele docinho que não pode faltar nas festas infantis (e que os adultos devoram), feito de chocolate, leite condensado e manteiga (este vocês já devem conhecer). É absolutamente brasileiro e tem uma história curiosa e maldosa. Confiram em http://www.vesoloski.eti.br/blogdagabi/2007/08/histria-do-brigadeiro.php

Receita do brigadeirão

2 latas de leite condensado
1 garrafa de 200ml de leite de coco
5 colheres de sopa de manteiga
4 ovos
2 xícaras de chocolate em pó

Bater tudo no liquidificador, colocar em forma de pudim untada com manteiga, assar em banho maria no forno por aproximadamente 45 minutos. Nos primeiros 20 minutos a forma deve estar coberta com papel alumínio. Desenforme e salpique chocolate granulado. Sirva gelado. (a receita me foi passada pela minha irmã, que costuma adicionar umas gotinhas de baunilha. Eu prefiro sem.)



Eu sou tão gulosa quando se trata de chocolate que, de vez em quando, faço o brigadeirão e nem coloco o granulado. Vejam só este que fiz há algumas semanas:



Sinceramente, acho que todas já conhecem esta sobremesa deliciosa. Principalmente depois que inventaram a internet.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Em tempo de crise (financeira, econômica etc), um pouco da doçura de Mario Quintana

O milagre

Dias maravilhosos em que os jornais vêm cheios de poesia...
E do lábio do amigo brotam palavras de eterno encanto...
Dias mágicos...
Em que os burgueses espiam,
Através das vidraças dos escritórios,
A graça gratuita das nuvens...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sol, meias e petit gateau

Céu azul, dia de sol. Tomei um táxi em direção ao hospital para fazer o exame. Para evitar a espera infindável, marquei dermatologista no mesmo horário. Após ser atendida, fui ao setor de ressonância, por volta das 14 horas, e logo me chamaram. Surpresa boa: recebi um abraço afetuoso do Rogério, o técnico encarregado do meu exame. Após me trocar, passei pelas enfermeiras e berrei um pouco: meu braço esquerdo já não dispõe de veias boas. O jeito foi pegar uma veia no direito. Na sala de exame o clima estava gélido, Rogério me ajudou a calçar as meias, para aquecer os pés (divertiu-se com as meias com cara de gatinho e dedinhos separados!), e me colocou na máquina. Após um tempo, que me pareceu longo, o exame começou. Sem anestesia e sem fones de ouvido. Decidi estabelecer um diálogo com os sons emitidos pela máquina. Algo como uma conversa intergalática. Em seguida, visualizei o céu azul que estava lá fora, pensei em cada pessoa que me tem acompanhado ao longo desses meses, uma por uma, nome por nome, em cada mensagem ou telefonema recebidos (um amigo havia me recomendado pensar em sexo, mas a máquina é muito apertada, rsrs). Uma tranquilidade começou a tomar conta de mim, a respiração desacelerou, o corpo não reclamou por estar imóvel por quase duas horas, as pálpebras cansaram-se e até adormeci. O exame chegou ao fim (obrigada, Rogério!). Já passava das cinco quando comecei a almoçar como uma rainha: salada, prato quente, sobremesa. Petit gateau com sorvete de creme e calda quente de chocolate. Uma delícia! Um exame perfeito! Maravilha mesmo é ter amigas e amigos como vocês. Uma verdadeira dádiva! Obrigada!
Ah, o laudo do exame só estará disponível na próxima semana.

Para a Cristina J., uma de minhas paisagens preferidas. E as meias (rsrs)...



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A insustentável fragilidade do ser

Queridas amigas, infelizmente não consegui fazer a ressonância magnética de abdômen e pelve. Perdi toda a tarde no hospital, em jejum de mais de 6 horas (de sólidos e líquidos!). Tenho atualmente muita sensibilidade nas veias (é preciso usar contraste), o frio intenso do ambiente mais a fome bárbara alteram profundamente o meu emocional. Fico irritada, muito disposta a brigar com qualquer pessoa e perco controle sobre as lágrimas. E além do mais sempre vou sozinha (como sei que essas coisas demoram além da conta, prefiro ir só a empatar o tempo de alguém). Um horror. Estou arrasada. O pior é que sei que o contraste é menos maléfico do que o usado na tomografia. Enfim, entrei e saí da máquina à toa, só pude almoçar por volta das 18:30h, provavelmente ficarei com outra veia "estragada" (está dolorida, inchada e roxa) e vou ter de voltar na próxima segunda-feira, talvez faça uso de anestesia. Quase me odeio por estar tão fragilizada assim. Odeio mesmo é ter me confrontado com esta doença. Mas, por outro lado, pude conhecer pessoas tão generosas como vocês.
Agradeço as mensagens fortalecedoras.

sábado, 4 de outubro de 2008

Em compasso de espera

Terminada a quimioterapia, vou fazer na segunda-feira uma ressonância magnética para saber se os dois linfonodos que estavam na região da pelve foram "abatidos". Ontem fiz um exame da coluna lombar, porque há mais de um mês sinto uma dor que agora se espalha pela perna direita em direção ao joelho. Pode ser o ciático, uma hérnia de disco, ou simplesmente um efeito da quimio. Aliás, ainda sinto/tenho vários dos efeitos das drogas utilizadas, inclusive os da cortizona. O inchaço do corpo ainda permanece e a fome também. Mas o nível de ansiedade já diminuiu bastante.
O resultado da ressonância é importante para a continuidade do tratamento, que pode ser uma outra cirurgia (para retirada dos linfonodos), radioterapia ou apenas acompanhamento de rotina. É claro que prefiro este último!
Enquanto espero, dedico-me ao cinema, a ver filmes, os que estão em cartaz e os nem tão novos, e a... dormir. Sim, tenho mais sono. Mesmo assim encontro disposição para seguir com as minhas atividades, os cursos de cerâmica, de webdesign, o de artes plásticas, a hidroginástica (quando não chove), a sair com as amigas... Ah, agora já posso também voltar a andar de bicicleta!
Só me falta ânimo para retomar o doutorado. E tenho apenas mais um ano para terminá-lo! (Isto é péssimo!).
Bem, vou dormir, amanhã é um novo dia e coisas boas estão para acontecer.
Beijos